domingo, 4 de setembro de 2011
LIVRO: TRILOGIA DA EXISTÊNCIA: TEORIA E PRÁTICA DA PSICOTERAPIA VIVENCIAL (ERTHAL, 2010)
"Tereza Erthal
A complexidade do mundo atual parece estar, dia a dia, se tornando maior e com isto o homem sente-se também sempre envolvido por ela. É claro que as conseqüências de tal situação se refletem em seu comportamento na família, no trabalho e na sociedade. A cada passo, necessita este homem de meios aptos para superar e, na medida do possível, desfazer a complexidade ambiental. Muitas vezes sem saber de sua responsabilidade nesta complexidade, o homem realiza as suas escolhas de maneira vaga, entendendo ser mais uma vítima de todo esse emaranhado que vai sendo tramado. Perdido, luta pra encontrar saídas na exterioridade. O resultado é o acúmulo de angustias, de frustrações, o que reforça ainda mais a confusão a que se vê envolvido.
O mundo atual pede socorro. A ansiedade e o pânico viraram sintomas “naturais”.Todos parecem ter um diagnóstico pronto para a sua dor: TOC, Bipolaridade, Desordem de atenção, Depressão, etc. Trata-se de uma tentativa de designar um mal estar difícil de ser sustentado. Excesso de remédios, procura por múltiplos tratamentos (inclusive simultâneos), leituras incessantes sobre doenças recém descobertas, tudo para entender e encontrar uma saída pra tal sofrimento. Contudo, o ponto de aplicação desta intenção não parece resolver o problema básico e original: a busca do próprio ser. É na interioridade que se descobre a saída. Quando o homem compreende a sua responsabilidade em todo o processo, que se sente vítima também é algoz, segura a rédea do seu destino.
Somos as escolhas de nossas vidas e, claro, estas escolhas afetam o todo. Escolhemos a cada segundo o que seremos e faremos no momento seguinte. E o grande esforço do Existencialismo é o de pôr todo homem no domínio do que ele realmente é e de lhe atribuir total responsabilidade de sua existência. Mas o homem não é apenas responsável pela sua restrita individualidade, mas é, de certo, responsável também por todos os homens. Tendo a consciência deste fato e sem negarmos a responsabilidade dele decorrente, descobrimos que temos os meios necessários para a solução de qualquer coisa que possa nos afligir. Se somos responsáveis não apenas por nós,mas por toda a humanidade,uma boa construção de nossas vidas propiciará uma diminuição(ou no mínimo uma compreensão) da complexidade do mundo.
Tereza Cristina Saldanha Erthal é psicóloga, formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Mestre em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, exerce as funções, nesta mesma universidade, de professora e supervisora clínica. Iniciou a sua formação na abordagem humanista, com os ensinamentos de Carl Rogers. Mais tarde, mergulhando nas obras filosóficas e tendo mestres como Emmanuel Carneiro Leão e Gerd Bornheim, dedicou-se aos estudos do existencialismo. Em contato com a rica obra de Sartre, interessou-se em desenvolver aquilo que o autor havia sugerido: “Não importa muito, aqui, que exista (a psicanálise existencial); o importante para nós é que seja possível”. Surgiu a Psicoterapia Vivencial."
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"Somos as escolhas de nossas vidas e, claro, estas escolhas afetam o todo. Escolhemos a cada segundo o que seremos e faremos no momento seguinte. E o grande esforço do Existencialismo é o de pôr todo homem no domínio do que ele realmente é e de lhe atribuir total responsabilidade de sua existência."
ResponderExcluiré isso...
Muito agregador o seu blog.