segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Prêmio de Publicidade

Empatia.... Comunhão... Solidariedade... a ausência destas atitudes pode ser a doença do século.
Será que só na "inocência" que encontramos tais atitudes? Podemos também escolhê-las de maneira consciente...


EL CHUPETE - Prêmio de Publicidade do Festival Internacional de Comunicação Infantil

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Esboço para uma teoria das emoções (SARTRE, 1939)

"Somos responsáveis por nossas emoções, visto que há maneiras que escolhemos para reagir frente ao mundo. Somos também responsáveis pelos traços duradouros da nossa própria personalidade. Não podemos dizer 'sou tímido', como se isto fosse um fato imutável, uma vez que nossa timidez representa a forma como agimos, e que podemos escolher agir diferentemente. Nossos atos nos definem. Na vida, o homem se compromete, desenha seu próprio retrato e não há mais nada senão esse retrato. Nossas ilusões e imaginação a nosso respeito, sobre o que poderíamos ter sido, são decepções auto-infligidas. Permanentemente estamos a nos fazer do modo que somos. Uma pessoa 'corajosa' é simplesmente alguém que geralmente age com bravura. Cada ato contribui para nos definir como somos, e em qualquer momento podemos começar a agir de modo diferente e desenhar um retrato diferente de nós mesmos.Há sempre uma possibilidade de mudança, de começar a fazer um tipo diferente de escolha. Temos o poder de nos transformar indefinidamente..."

sábado, 4 de setembro de 2010

TEMPLE GRANDIN


A vida da famosa PhD. Temple Grandin, engenheira e especialista em comportamento animal, escritora e cientista, não nos chamaria tanto a atenção se ela não tivesse sido diagnosticada, aos 3 anos, como autista.
A cinebiografia dessa mulher que superou seus limites e os preconceitos de uma sociedade que ainda olha o diferente com estranhamento e preconceito, foi realizada pela HBO (2010), recebendo o maior número de Emmy, dentre eles como o melhor filme para a televisão.
Exemplos de coragem, superações e sucesso e uma lição para todos nós. Confiram!!!!


CENAS DO FILME
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domingo, 8 de agosto de 2010

Exemplo de Acolhimento - Filme A GAROTA IDEAL (Craig Gillespie, 2007, EUA)

Indicado por uma aluna, acabei de assistir o filme
A GAROTA IDEAL. É considerado também como comédia, mas impossível vivenciá-lo como tal. O drama, com direção de Craig Gillespie e roteiro de Nancy Oliver, traz como protagonista Ryan Gosling , no papel de Lars Lindstrom, um jovem retraído e com diagnóstico de Transtorno Delirante.
Mas não é tanto para o transtorno de Lars que o filme nos chama a atenção. Através da leveza e sensibilidade do roteiro, temos uma lição sobre o que é o acolhimento, a solidariedade e a aceitação do outro. Tais atitudes dos que o cercam, tornam-se os remédios para Lars encontrar-se com um mundo que antes lhe parecia ameaçador. Não deixem de assistir!!!

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Projeto de perfeição x Incapacidade de lidar com frustração = Educação sem limites!!



Agência: McCann Erickson
Diretores de Criação: Marco Cremona, Gaetano Del Pizzo
Redação: Valerio Delle Foglie
Diretor de Arte: Federico Fanti
Fotógrafo: Lipphot Akim


A assinatura do Presidente Lula, no último dia 14 de julho, do Projeto de Lei que acrescenta ao ECA, o Artigo 17-A, concedendo as crianças e aos adolescentes “o direito de serem cuidados e educados pelos pais ou responsáveis sem o uso de castigo corporal ou de tratamento cruel ou degradante”, incluindo também como castigo corporal, as famosas palmadas, virou uma grande polêmica, incomodando, inclusive os pais, que sentiram-se invadidos na maneira como criar seus filhos. Mas não é sobre as palmadas que quero enfatizar, pois este assunto já mexeu com muita gente.
Meu intento é falar um pouco de um tipo de educação que pode deixar sequelas tão quanto a agressão física, mas que, por estar fundamentada numa "moral do bem" passa imaculada aos olhos de muitos.
Com os valores contemporâneos que colocam o perfeccionismo como ícone do processo de inclusão social e econômico, muitos pais, com a "boa intenção" de fazer de seus filhos um objeto de admiração e orgulho, esquecem que esses não são extensões deles. Os projetos que criamos para nossos filhos, por vezes, são tão difícieis para eles seguirem que geram males ao seu bem estar físico e mental.
Podemos observar jovens adultos temerosos em decepcionar os pais em seus projetos, que transferem o pânico do julgamento destes à olhares alheios, muitos desenvolvem fobia social, transtorno do pânico, agorafobia, dentre outros transtornos que podem levá-los a evitar gradativamente o contato social.
Um outro aspecto é a timidez. Em princípio pensamos que uma pessoa tímida tende a possuir uma baixa auto-estima, mas na verdade, algumas pessoas com esta característica possuem um Eu tão idealizado que lançam mão da timidez para não arriscarem fracassar. Desejam e precisam do sucesso para aprovação. Se há possibilidade de fracassar, não arriscam! Intimidam-se!!
O olhar do outro, enquanto aprovação, torna-se uma meta a ser perseguida. Tão perdidos na procura da aprovação do Outro que perdem-se de si próprios. Por vezes, não sabem mais o que é deles e o que não é. Tendem a viver alienadamente buscando realizar projetos que fizeram para eles.
Os transtornos, as vezes, são até bem vindos, como sinalizadores de que alguma coisa não vai bem, mas com a interiorização do projeto perfeccionista dos pais, muitos têm medo de assumir suas imperfeições, escondendo seus temores e possíveis doenças.
Educação com esse excesso de "zelo" pode criar pessoas interrompidas em seus potenciais, colocando-se tão infantilizadas que não se sentem capazes de dar saídas sozinhas para situações inesperadas. A sensação de desamparo é duplamente vivenciada: por um lado de não serem aceitas e por outro de acharem que não vão conseguir se amparar sozinhas.
Deixo então um alerta para esses pais com "excesso de zelo". Mesmo que nunca tenham dado uma palmada sequer em seus filhos, vocês podem estar "batendo" neles de outra maneira. Busquem se conscientizar que seus filhos não são vocês, que são outras pessoas que, por vezes terão projetos distintos daqueles que um dia vocês sonharam para eles.
Aprendam também a lidar com a frustração, esta será uma boa maneira de respeitar e educar seus filhos. Projetos perfeccionistas não toleram frustações, sendo assim não prevêem limites. Como educar sem incluir os limites? Inclusive a conscientização de seus filhos sobre os limites para aquilo que será impossível conquistarem. Não somos Deuses, logo não somos onipotentes. A perfeição deve ser balizada no melhor que podemos dar (no que nós podemos fazer e não no que o Outro espera de nós!).
Quanto mais idealizado for o projeto do Eu, mais distante estaremos do nosso Eu-real, menos consciência teremos de nossos limites e possibilidades, com isso mais probabilidade de expormo-nos ao fracasso.
Tentem deixá-los crescer, respeitando-os e acolhendo-os em seus projetos que não venham a desrespeitar a dignidade alheia. Só assim eles poderão crescer sendo adultos amadurecidos, cientes de seus limites e possibilidades, com uma boa auto-estima, pois se vocês os aceitam apesar de tudo, eles tenderão a se aceitar também e sentir-se-ão amados. Não crescerão temerosos diante o Outro, poderão criar saídas para situações difícieis e viverão com melhor qualidade, uma vez que sentir-se-ão realizados em suas potencialidades.
Como um filho pode se sentir amado se para conquistar esse amor, somente se for o que ele não é, ou seja, alguém acima de sua condição humana?
O projeto do filho perfeito só tende a incutir um vazio maior nos filhos e cada vez mais o "buraco" aumenta quando percebem que tal intento é inalcançável!! E as drogas, as compulsões pela comida e pelo consumo, a anorexia, a bulimia são também algumas das saídas que estão aí para preencher este vazio!!
Algum dia você já disse para seu filho que, ao tirar um 10,0 em alguma matéria, ele não fez mais do que a obrigação dele, haja vista que ele só estuda? Quando ele será reconhecido por este sucesso? Qual o limite para ele ser reconhecido por vocês? Será que algum dia ele descobrirá? Ou melhor, vocês pais, permitirão que ele saiba quando ficarão satisfeitos com ele? O céu é o limite? Olha o "buraco" sendo implantado aí....
Como diz o slogan acima: Certas coisas perduram para sempre... e que sejam o acolhimento, a aceitação, o amparo e o respeito pelos seus filhos!! Isto os dignificarão e eles terão muito orgulho de ter pais que os aceitam... como eles são!!!

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Lendas da internet: verdadeiro ou falso?

Olá pessoal!!

Para não compactuarmos, alienadamente, repassando aquele e-mail cujo conteúdo pode ser um boato, aumentando a proliferação desse vírus social, vamos ser mais cautelosos e verificar a veracidade ou não do seu conteúdo antes de redirecioná-lo.
Seguem abaixo, dois links de páginas que podem ajudar a desmistificar os conteúdos desses tipos de e-mails:

http://www.e-farsas.com/
http://www.quatrocantos.com/lendas/

sábado, 24 de julho de 2010

Chimamanda Adichie: O perigo da história única.

"Se você ainda não tinha ouvido falar do TED não se preocupe, a Leia Brasil te apresenta agora. A TED é uma conferência anual que reúne os mais importantes pensadores do mundo que são desafiados a fazerem a melhor apresentação de suas vidas em 18 minutos. No TED.com eles disponibilizam, de graça, as melhores apresentações e performances sobre vários temas, que vão de tecnologia e entretenimento a design, negócios, ciência e cultura.
Personalidades como o político Al Gore, a escritora Isabel Allende e o pop star Bono Vox já passaram por lá, mas graças a dica da professora Susan Blum, uma velha amiga da Leia Brasil, um nome em especial nos chamou a atenção. Estamos falando da participação da escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie.
Para quem não conhece um breve histórico: Chimamanda mudou-se para os Estados Unidos com 19 anos para fazer faculdade, seu primeiro romance Hibisco Roxo foi publicado em 2003 e, em 2006, com a publicação de Meio sol amarelo a escritora foi agraciada com o prêmio Orange Prize de melhor ficção.
Em sua palestra Chimamanda Adiche fala sobre o perigo das histórias únicas e de como um único olhar sobre uma pessoa, um povo ou uma cultura é limitador e gera esterótipos difíceis de serem superados. Não deixe de ver."
Fonte:
http://www.leiabrasil.org.br/blog/index.php/2010/02/05/chimamanda-adichie-o-perigo-da-historia-unica/

Abaixo, segue a palestra de Chimamanda em duas partes. Chamo a atenção para as falas da escritora que servem também para pensarmos sobre as guerras, as teorias, as religiões, a política e todos os demais contextos que são contados em uma única história.

Chimamanda Adichie: O perigo da história única (Parte 1)

Chimamanda Adichie: O perigo da história única (Parte 2)

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Vocês já se perceberam envolvidos em situação igual ou similar a descrita abaixo?

"Eles estão jogando o jogo deles.
Eles estão jogando de não jogar um jogo.
Se eu lhes mostrar que eu vejo tal qual eles estão,
quebrarei as regras do seu jogo
e receberei a sua punição.
O que eu devo, pois, é jogar o jogo deles,
o jogo de não ver o jogo que eles jogam".

terça-feira, 20 de julho de 2010

Comemora-se hoje Dia Internacional da Amizade

"Comemora-se hoje, 20 de Julho, o Dia Internacional da Amizade ou do Amigo, fruto da iniciativa aguerrida do argentino Enrique Ernesto Febbraro, dentista, professor e músico, que levou décadas para alcançar o seu objectivo.
Reza a história que logo depois de terminada a II Guerra Mundial, em 1945, Febbraro tentou estabelecer com Organização das Nações Unidas (ONU) a criação de um dia dedicado à amizade.
No entanto, a origem do Dia Internacional da Amizade é controversa, isto é, ninguém sabe ao certo como foi que surgiu a ideia de se criar um dia especialmente dedicado aos amigos.
Segundo histórias contadas, esse dentista, entusiasmado com a corrida espacial que estava a todo vapor na década de 60, decidiu prestar uma homenagem a toda a humanidade pelos seus esforços em estabelecer vínculos para além do planeta Terra.
Durante um ano, Febbaro teria divulgado o seguinte lema: Meu amigo é meu mestre, meu discípulo é meu companheiro".
Algum tempo depois, com a chegada do homem à Lua, em 20 de Julho de 1969, ele escolheu esta data para fazer uma festa dedicada à amizade.
A história diz ainda que a comemoração tornou-se oficial em Buenos Aires, capital da Argentina, em 1979, e, com o tempo, acabou sendo adoptada em outras partes do mundo.
A célebre frase do astronauta norte-americano Neil Armstrong: "um pequeno passo para o homem, mas um grande passo para a humanidade", foi interpretada, assim como a busca por um mundo sem fronteiras, onde a união dos povos, independente de raças, ideologias ou religiões, seria fundamental para a conquista dos objectivos.
Com muita insistência, Febbraro conseguiu que, primeiro a Argentina (em 1979) e depois a ONU (em 1985), reconhecessem a data em seus respectivos calendários. A conquista do professor argentino lhe rendeu indicações ao Prêmio Nobel da Paz.
No mundo, porém, mais 100 países já abraçaram a ideia e seus povos comemoram o Dia Internacional da Amizade na mesma data, 20 de Julho.
Assim como todas as datas especiais merecem comemorações, com o Dia da Amizade não poderia ser diferente.
A amizade é muito importante, pois nos momentos mais difíceis são os amigos que nos ajudam. Muitas vezes estamos longe dos parentes e precisamos contar com os amigos que conquistamos."

Fonte: http://www.portalangop.co.ao/motix/pt_pt/noticias/sociedade/2010/6/29/Comemora-hoje-Dia-Internacional-Amizade,3c8ef449-50de-4c40-b969-8cdd78ee9059.html

Nesta data, também devemos nos lembrar dos "inimigos", pois estes representam para nós o fracasso do nosso ideal de amigo. Se assim não fosse, seriam indiferentes para nós!!!
Sendo assim, agradeço aos meus amigos o presente de suas amizades e aos inimigos, desejo vida longa, para que um dia consiga aceitá-los com suas diferenças!!!!

segunda-feira, 19 de julho de 2010

POEMA SOLIDÃO (Não é do Chico Buarque!!)

O poema abaixo circula na internet dando a autoria a Chico Buarque, mas o verdadeiro autor, ou seja, autora, é Fátima Irene Pinto e consta em seu livro "Palavras Para Entorpecer o Coração".

"Solidão não é a falta de gente para conversar, namorar, passear ou fazer sexo...
Isto é carência.
Solidão não é o sentimento que experimentamos pela ausência de entes queridos que não podem mais voltar...
Isto é saudade.
Solidão não é o retiro voluntário que a gente se impõe as vezes, para realinhar os pensamentos...
Isto é equilíbrio.
Tampouco é a pausa involuntária que o destino nos impõe compulsoriamente, para que revejamos a nossa vida...
Isto é um princípio da natureza.
Solidão não é o vazio de gente ao nosso lado...
Isto é circunstância.
Solidão é muito mais que isto...
Solidão é quando nos perdemos de nós mesmos e procuramos em vão, pela nossa Alma!"

domingo, 18 de julho de 2010

Os (des)encontros nas relações amorosas

Ontem assisti dois filmes, típicos comédia romântica americana, um deles é o A Verdade Nua e Crua (The Ugly Truth), com direção de Robert Luketic, o outro, Ele não está tão a fim de você (He's Just Not That Into You), de Ken Kwapis, ambos lançados em 2009 e focam a questão, em princípio contraditória, dos sentidos atribuídos às relações amorosas e ao casamento, pelos homens e pelas mulheres.

Enquanto assistia, percebi-me num revive de quando adolescente (final da década de 70), com todas aquelas crises existenciais bem típicas das adolescentes daquela(?) época. Questões como: "Será que posso revelar que gosto dele? E se ele souber, será que vai me querer? Vou então pedir à uma amiga para sondar de quem ele está a fim, daí não corro o risco.... (Depois já namorando...) Será que posso ligar prá ele, sem que ache que sou fácil? (Depois de um bom tempo de namoro...) Será que vamos casar?", eram frequentes nos assombrar quando estávamos a fim de um rapaz ou mesmo já namorando.

No entanto, percebo que, quase 30 anos mais tarde, tais crises ainda continuam presentes, mesmo que sob outras roupagens, e ainda acho que isso será ad eternum enquanto existirem homens e mulheres.

Pode parecer um tanto démodé querer reacender as questões da guerra entre os sexos, da época em que a mulher viu-se emancipada das garras dos homens e os toma como rivais, mas ainda os deseja e tem medo de como eles acolherão o seu afeto. Bem como do homem que se depara com uma mulher mais autônoma, segura e atuante, mas que se relaciona com ela querendo que não seja tão espontânea com seus desejos. Olha minhas amigas e meus amigos, acho que esta mudança ocupou um bom espaço no mundo do trabalho, mas no campo afetivo ainda estamos meio perdidos quanto a nossa liberdade e autonomia...

Nos dois filmes, em princípio, os lugares dados às mulheres é o do desejo pelo compromisso sério e do casamento e ao homem, o do desejo erótico e sem compromisso, mas com o passar do filme e com o "aprendizado das mulheres de que não devem demonstrar seus desejos para os homens", conseguem fisgá-los e estes, por sua vez, ficam apaixonados, como se fosse "impossível" viver sem o amor delas (ao contrário do papel inicial dado a eles).

Será que para que o relacionamento amoroso aconteça, haverá sempre a necessidade de ambos caminharem em desencontros? Sem a possibilidade de serem espontâneos para assumirem seus desejos?

A esses fenômenos poderíamos atribuir várias "causas": questões biológicas que diferem ambos, questões culturais de uma sociedade machista, questões econômicas, questões individuais pelo medo de arriscar-se, enfim....acredito que conhecer as causas não é o mais importante, mas sim ter consciência do que fazemos com nossas relações.

No entanto, acredito também que outras questões são gritantes: a dificuldade que temos de reconhecer que necessitamos do Outro para nos sentirmos amados e a dificuldade de reconhecermos essa necessidade como algo bom, revigorante, necessário para construirmos projetos em comum, que sozinhos não conseguimos e também a dificuldade de entendermos que há possibilidade da superação dos conflitos na própria relação, sem precisarmos querer alguém já pronto.

Parece vergonhoso dizer que gostamos de alguém, que queremos construir com ele(a) uma vida em comum (respeitando-se, claro as individualidades). Tendemos a nos sentir fragilizados e rendidos quando estamos amando, ao invés de fortalecidos e felizes. Sempre ao lado do amor ronda o fantasma do medo da perda. Paradoxo? Sim, claro!!! Mas, muitas das vezes o medo da perda antecede a auto-permissão para amar....daí, tendemos, para não deixar "na mão" do Outro o desprezo, a desprezarmos antes...

Nem sempre seremos amados, mas diante a temática do relacionamento amoroso, algumas outras questões surgem:

- O que nos faz amar (ou continuarmos amando) quem não nos ama? Seria não desistirmos do nosso projeto ideal para com essa pessoa? Desistir do NOSSO projeto faria com que desistíssemos dele(a) também!!! E porque insistimos em manter nosso projeto (somente nosso) com o Outro? Dificuldade de aceitar que o Outro não quer compactuar conosco? Medo de não encontrar outra pessoa?

- Para uma mulher conquistar um homem, precisaria ela não demonstrar interesse por ele? Ou ao contrário, ir com tanta "sede ao pote", o assustando com sua voracidade? Homens!!! Qual seria o meio-termo???? Muitas mulheres até pagariam por essa dica!!!!!

- É vergonhoso para um homem dizer que ama uma mulher, que é fiel à ela? Ele somente vai reconhecer e assumir isso quando estiver diante a possibilidade da perda ou já ter perdido? Temos que aprender a valorizar o que temos para ficarmos menos no vazio!!!!

- Porque mulheres tendem a não gostar de homens "bonzinhos, amorosos"? Será que estão tão acostumadas com os "cafajestes" que não conseguem dar valor aos bons, assemelhando-os a "bobinhos"? Cuidado com isso! Vocês podem estar perdendo excelentes companheiros que realmente têm condições de valorizarem vocês!!!!

- É dificil entendermos e assumirmos que precisamos do outro? Que podemos dizer isso sem medo de parecermos ridículas(os) e sentirmo-nos rejeitadas(os)? E se o Outro não retribuir?Estará na sua condição livre para não corresponder. Mas será que aceitamos tal condição alheia e diferente da nossa? Ou desejamos nos expor com a garantia de que nosso projeto seja realizado? Não seria muita pretensão nossa, mesmo que este desejo possa parecer óbvio demais? Se assim o for, justifica-se nosso receio em expor nossos sentimentos...

- É difícil de entendermos que o casamento também dá a segurança de envelhecermos juntos, sem precisarmos nos entupir de butox, fazer não sei quantas lipos para tirar gorduras imperceptíveis aos olhos alheios, correr risco com cirurgias desnecessárias e lançar mão de outros recursos que, por vezes, nos deixam fíisicamente em contradição com nosso tempo de existência neste mundo?

Bem, sabemos que a transcendência de todas as contradições das relações amorosas ainda estão distantes de serem conseguidas, mas deixo aqui minha opinião.: não temos um modelo a seguir, mas ainda aposto no risco de tentarmos mostrar ao Outro o que ele representa para nós.

De uma maneira sensata, sem voracidade ou mesmo receio de como ele(a) vai reagir, pois apesar de estarmos nos revelando, nos expondo, isso não é sinônimo de vulnerabilidade. Se o outro não me corresponde não preciso ficar refém desse desamor. Respeitando-me posso buscar outra pessoa que goste de mim.

Mas para isso, primeiro precisamos ter consciência de que nos permitimos ser amados (não basta somente desejar, temos que nos permitir). Se não, é mais certo que o "dedo podre" entre em ação para detectar aquele(a) que nos fará sofrer bastante (Contradição? Claro que não! Há aqui muita coerência da nossa escolha com a nossa baixa auto-estima).

Uma outra não permissão a ser reconhecida é aquela imposta pelo Outro, que tomo como minha. Já conheci pessoas tão ligadas (para não ser muito imperativa ao dizer aprisionadas) pela sua família de origem que, mesmo desejosas por um relacionamento mais duradouro, não se sentem avalizadas para isso, daí suas escolhas já serem direcionadas para não dar certo a relação.

Segundo, devemos ter consciência do que queremos com o outro, que projeto desejo com a outra pessoa, haja vista que se for só para preencher nosso vazio, se for somente para não ficar sozinha(o), o(a) primeiro(a) que nos acenar com a possibilidade de sairmos desse vazio, será o(a) escolhido(a) e depois de preenchido o vazio não saberemos o que fazer com a relação. Tendo consciência de qual é o nosso projeto com o outro, fica mais fácil identificar aquele(a) que mais se afina com esse, daí descartamos, com maior precisão, a possibilidade da escolha ser feita pelo "dedo podre".

Um outro aspecto é a admiração. Este é um dos sentimentos que sustenta a relação, por isso, tente fazer por onde ser admirado(a), busque invistir em você. Não falo aqui em ser endeusado(a), pois assim a relação estaria fundamentada no ilusório e não no real. Ser admirado(a) vem em decorrência de fazermos as coisas que gostamos, pelo menos dentro das possibilidades, com isso estaremos mais felizes, com uma melhor auto-estima. Mas se isso provocar no outro uma inveja destrutiva, reflita se vale a pena manter a relação, pois você pode ser enfiado num poço de lama, uma vez que seu sucesso será um soco no estômago do(a) outro(a) e ele(a) pode retribuir querendo te menosprezar, principalmente diante seus amigos.

Sinto desiludir alguns, mas achar que somente o amor romântico sustenta a relação é comprar passagem para o fracasso. O amor é expresso em ações que devem estar balizadas no respeito a individualidade alheia e na construção de projetos em comum. Se um casal não tiver projetos afins, cada um andará para um lado e as máximas de que "somos dois em um", "a metade da maçã", que "você é o ar que eu respiro" fará com que o outro fique sem oxigênio, logo "morrerá na relação". Um relacionamento amoroso é composto por duas pessoas diferentes que caminham juntas e que devem se respeitar nas suas individualidades.

E se a construção de alguns projetos é realizado em comum, os compromissos, as escolhas e responsabilidades em comuns devem ser também divididas. Se um só for o culpado já virou relação de poder e competição e neste tipo de relação não há cooperação, um sempre deve perder e se um perde, a relação perde. Aliás, muitos mantêm uma relação para ter em quem despejar suas responsabilidades e culpas, este é o projeto de muitas dessas relações...

Os papéis de mãe e de pai são diferentes do de marido e mulher. Os filhos não podem ser responsáveis por salvar a relação, tampouco de mante-la. Se muitos casais mantêm-se juntos "por causa dos filhos" é bom que assumam isto como projeto seus e não dos filhos. Eles não devem carregar o peso da responsabilidade de uma escolha que não é deles.

A responsabilidade do casal é com sua própria família. Cuidado com culpas geradas por "abandonar" a família de origem em função de ter que cuidar de sua própria. Seus filhos, quando constituírem a deles, também não terão a obrigação de cuidar de vocês, sem a real necessidade, óbvio. Com isso, não devemos esquecer de cultivar a relação de marido e mulher, independente da de pai e mãe.

Enfim, apesar de parecer um "receituário sobre como ter um bom relacionamento amoroso", longe disso!!! Sendo o que eu penso, não quer dizer que seja o melhor para o(a) leitor(a), mas dividindo com vocês meu posicionamento, posso levar-lhes mais um olhar sobre o tema. E também tenho plena consciência de que falar é fácil, mas vivenciar é que é difícil, pois tudo vai depender muito de nosso projeto de vida, nossa auto-imagem e auto-estima e o quanto temos ou não consciência reflexiva do como estamos construindo nossa existência.

Ah! Só mais uma coisinha: muito cuidado com as ideologias desses tipos de filmes, apesar de muitos viverem à luz desse tipo de "verdade", não é a única maneira de se construir um relacionamento amoroso!

Um abraço a todos(as)!!
Sylvia

Entrevista ao Programa Destaque - Tv Tibagi - Apresentadora: Fernanda Leone - Tema: Homossexualismo - 2009 - Parte 1

Entrevista ao Programa Destaque - Tv Tibagi - Apresentadora: Fernanda Leone - Tema: Homossexualismo - 2009 - Parte 2

Grupo de Dança Raízes. Escola Especial Dinâmica - Maringá/PR. Dança Estúpido Cupido - Programa Destaque - Tv Tibagi- Apresentadora: Fernanda Leone

Grupo de Dança Raízes. Escola Especial Dinâmica - Maringá/PR. Dança Paga Pau - Apresentação no Asilo São Vicente de Paula.

Grupo de Dança Raízes. Escola Especial Dinâmica - Maringá/PR. Dança Tarantela - Apresentação no Show de Talentos Especiais - Teatro Marista - 2008

Grupo de Dança Raízes. Escola Especial Dinâmica - Maringá/PR. Dança Catira - Apresentação no Programa do Negrão Sorriso.

sábado, 17 de julho de 2010

Recomendo!!

O Blog Café Filosófico: http://cafesfilosoficos.wordpress.com/

Sobre o Blog, pela sua própria equipe: "Temos como principal proposta a divulgação de materiais relacionados à filosofia e à cultura em geral, além de ajudar os professores para que eles enriqueçam as suas aulas, tornando-as mais interessantes com áudios e vídeos. Pensamos que a Filosofia jamais deve ser abandonada, e como enquanto disciplina passou muito tempo fora dos currículos, percebemos que é importante resgatá-la de maneira substancial, reatualizando-a em virtude do contexto atual. Não comercializem os vídeos e áudios! Usem os materiais de forma consciente. Agradecimento especial ao Olavo – sem ele não teríamos estes programas.[...]".

De fato, lá você poderá encontrar um rico universo de materiais. Vale a pena conferir!!!